Ecologia Integral foi tema de palestra no Núcleo de Estudos de Matemática

Durante o 1º semestre de 2022, cerca de 150 alunos da 1ª série do Colégio Santo Agostinho – Unidade BH – que optaram pelo Núcleo de Estudos de Matemática — construções sustentáveis e inteligentes iniciaram um projeto de moradia sustentável e inteligente por meio de estudos sobre as necessidades de uma família.

Os estudantes avaliaram os ambientes de uma casa e suas dimensões, bem como os móveis, a melhor configuração física e quais recursos sustentáveis poderiam ser aplicados na construção.   

Para enriquecer a pesquisa, inspirar os alunos na elaboração do projeto de moradias e, também, encerrar o semestre letivo, Aleluia Heringer, Diretora de Educação, ASG e RI, e Luiza Franco, Analista de Processos ASG, conversaram com os estudantes sobre ecologia integral e sustentabilidade em construção civil e arquitetura.

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Ecologia: precisa ser integral?

Aleluia Heringer iniciou a sua fala explicando sobre os termos Ecologia e Integral. “A expressão ‘Ecologia’ foi utilizada pela primeira vez no livro Morfologia Geral dos Organismos, de autoria do biólogo, médico, artista e naturalista alemão Ernest Haeckel — isso em 1866. Há, portanto, 155 anos que essa palavra circula por aí. (…) Quando falamos que algo é integral, significa que o objeto dito ‘integral’ não sofreu diminuição ou restrição, mas que se apresenta total, completo, com todos os seus componentes e propriedades originais. Ao dizermos ‘Ecologia’, o correto seria estar subentendida, como na ideia original, a integralidade das coisas. Quem cuida e estuda a Casa — oikos — precisa enxergar toda a casa e incluir nesse olhar todos os seus habitantes, de sangue quente ou frio; todos os seus pertences, objetos, pessoas, entidades. Essa é a integralidade da ecologia. Não posso olhar só os jardins, os oceanos ou florestas. Também não posso focar somente o ser humano. Uma ecologia integral considera todas as relações entre esses entes.”

Aleluia reforçou que nós não paramos para pensar em como o nosso modo de viver impacta nos outros seres. Segundo ela, todos nós queremos viver em um mundo melhor, mais harmônico, mas ninguém quer fazer nada para mudar isso. Vemos a natureza fora da gente e achamos que o problema é sempre o outro.

“O excesso de um pode representar a falta do outro. O desperdício de um com a escassez do outro. O domínio e a opressão de uma única espécie, a extinção de todas as outras. O sem limite do desenvolvimento, a sobrecarga e o esgotamento da terra e, consequentemente, a falta de alimento para outros. É esse modo de ver, de descrever, de que se trata a ecologia integral.”

Aleluia ainda citou o Papa Francisco, que, na encíclica Laudato si’, reforça essa integralidade das coisas. “Nunca é demais insistir que tudo está interligado (…) isto impede-nos de considerar a natureza como algo separado de nós ou como uma mera moldura da vida. Estamos incluídos nela, somos parte dela e compenetramo-nos.”

A palestra com a nossa diretora trouxe muitas reflexões a respeito dos problemas que assolam a humanidade e qual é o papel dos estudantes na construção de um mundo melhor. 

Tema trabalhado pelo Núcleo de Estudos se expande para além dos muros da escola

Luiza Franco, ex-aluna, arquiteta e analista de processos ASG na Sociedade Inteligência e Coração, mantenedora do Colégio Santo Agostinho, contou aos alunos um pouco sobre suas experiências e vivências na área profissional em que atua. 

Falou também sobre a relevância do tema trabalhado pelo Núcleo de Estudos, que se expande para além dos muros da escola. “Cidades e comunidades sustentáveis” é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável propostos na Agenda 2030, que busca alcançar, nos próximos anos, 3 objetivos extraordinários: 1) Erradicar a pobreza extrema; 2) Combater a desigualdade e a injustiça; 3) Conter as mudanças climáticas.

Luiza trouxe reflexões e dados que serão subsídio para a criação dos projetos propostos pelos estudantes. “Vocês sabiam que os arquitetos, urbanistas, engenheiros e designers têm o controle de 75% do consumo global de energia? Estima-se que de 1/2 a 2/3 dos materiais extraídos da natureza retornam como resíduos no período de 1 ano. 60% de todos os recursos mundiais são destinados à construção civil e 50% do consumo de energia e água vai para essas construções.”

A analista de processos ASG também falou sobre a importância do setor para mudança do cenário atual. “Precisamos repensar os modelos de processo de projetos arquitetônicos. Precisamos pensar na duração da edificação e no aumento da vida útil de uma construção.” 

A conversa, rica em conteúdo, permitirá que os estudantes planejem, projetem e criem soluções sustentáveis e inteligentes para as suas construções de forma mais assertiva. 

Conheça mais sobre o Núcleo de Estudos! 

No Núcleo de Estudos, o estudante terá experiências de construção do conhecimento a partir da sua área de interesse. Nesse sentido, ele é o elemento central de mudança para o Novo Ensino Médio, uma vez que possibilita a escolha e rompe com o recorte disciplinar, ampliando a complexidade dos saberes construídos a partir de diversos referenciais. 

MATEMÁTICA – Construções Sustentáveis e Inteligentes

De caráter prático-investigativo, esse projeto pretende articular conhecimentos da área de matemática e suas tecnologias de tal modo que os alunos sejam mobilizados em suas atitudes como protagonistas para desenvolver habilidades e que lhes permitam planejar, projetar e criar uma construção sustentável e inteligente.

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